"A dama do baile"
Flor noturna, de grande porte, da família das suculentas. Floresce em grandes trepadeiras, mas pode ser cultivada até em um vaso comum. Sua característica peculiar é exatamente, o fato de após o grande botão estar pronto para se abrir, ela, quando cai a noite começa seu processo noturno de durar só uma madrugada! Ela é deslumbrante, alva como a neve, parece que quer virar do avesso. Seu interior, revelado com sua abertura é impossível de ser descrito. Fico imaginando qual é o seu papel na natureza, posto que pela manhã, o que presenciamos é apenas um botão fechado que nos parece, nunca se abriu. Resta também um resquício de perfume que ela exalou pela madrugada.
O que lhe valeu tanta beleza, para durar só uma noite?
Talvez, rebuscando nossa memória, encontremos fatos tão intensos e maravilhosos, que talvez, tivessem condensados toda nossa razão de viver.
"" Desci a escada com o meu primeiro vestido de baile.
Muito menina ainda consegui que minha mãe o fizesse, a fim de ir a um baile que eu desejava muito. O certo seria que o primeiro baile fosse o da minha formatura. Mas que culpa tinha eu se este baile surgiu, e talvez morresse se não fosse?
Os cabelos macios estavam presos em um rabo de cavalo. Pintura no rosto? Só um leve batonzinho. Quem precisa de pintura com 14 anos de idade? Sentia firme o cinto largo na pequena cintura todo bordado com vidrilhos e lantejoulas transparentes. O tule da enorme saia franzida parecia flutuar conforme eu ia descendo pé ante pé os degraus da escada. Eu já havia me visto no espelho. Vi-me novamente pelos olhos deslumbrados do meu par que me aguardava com seu smoking impecável. O resto da noite foi um sonho. Não tirei um instante o sorriso de meus lábios. Eles sorriam sozinhos. E, em meio á musica, aos passos de dança, ao calor suave da presença do bem amado, passou-se a noite. Ficaram fotos, ficaram lembranças, não sei o que aconteceu com o lindíssimo (para mim), vestido. Realmente eu fui a "Dama do baile".
Coisas fantásticas se sucederam até agora na minha vida.
Porém, talvez a mais fantástica tenha sido esta experiência vivida com tanta intensidade de descer a escada com o vestido de baile, me sentindo a mais bela das criaturas.""
Flor noturna, de grande porte, da família das suculentas. Floresce em grandes trepadeiras, mas pode ser cultivada até em um vaso comum. Sua característica peculiar é exatamente, o fato de após o grande botão estar pronto para se abrir, ela, quando cai a noite começa seu processo noturno de durar só uma madrugada! Ela é deslumbrante, alva como a neve, parece que quer virar do avesso. Seu interior, revelado com sua abertura é impossível de ser descrito. Fico imaginando qual é o seu papel na natureza, posto que pela manhã, o que presenciamos é apenas um botão fechado que nos parece, nunca se abriu. Resta também um resquício de perfume que ela exalou pela madrugada.
O que lhe valeu tanta beleza, para durar só uma noite?
Talvez, rebuscando nossa memória, encontremos fatos tão intensos e maravilhosos, que talvez, tivessem condensados toda nossa razão de viver.
"" Desci a escada com o meu primeiro vestido de baile.
Muito menina ainda consegui que minha mãe o fizesse, a fim de ir a um baile que eu desejava muito. O certo seria que o primeiro baile fosse o da minha formatura. Mas que culpa tinha eu se este baile surgiu, e talvez morresse se não fosse?
Os cabelos macios estavam presos em um rabo de cavalo. Pintura no rosto? Só um leve batonzinho. Quem precisa de pintura com 14 anos de idade? Sentia firme o cinto largo na pequena cintura todo bordado com vidrilhos e lantejoulas transparentes. O tule da enorme saia franzida parecia flutuar conforme eu ia descendo pé ante pé os degraus da escada. Eu já havia me visto no espelho. Vi-me novamente pelos olhos deslumbrados do meu par que me aguardava com seu smoking impecável. O resto da noite foi um sonho. Não tirei um instante o sorriso de meus lábios. Eles sorriam sozinhos. E, em meio á musica, aos passos de dança, ao calor suave da presença do bem amado, passou-se a noite. Ficaram fotos, ficaram lembranças, não sei o que aconteceu com o lindíssimo (para mim), vestido. Realmente eu fui a "Dama do baile".
Coisas fantásticas se sucederam até agora na minha vida.
Porém, talvez a mais fantástica tenha sido esta experiência vivida com tanta intensidade de descer a escada com o vestido de baile, me sentindo a mais bela das criaturas.""