sexta-feira, 12 de março de 2010

A Dama do Baile


"A dama do baile"

Flor noturna, de grande porte, da família das suculentas. Floresce em grandes trepadeiras, mas pode ser cultivada até em um vaso comum. Sua característica peculiar é exatamente, o fato de após o grande botão estar pronto para se abrir, ela, quando cai a noite começa seu processo noturno de durar só uma madrugada! Ela é deslumbrante, alva como a neve, parece que quer virar do avesso. Seu interior, revelado com sua abertura é impossível de ser descrito. Fico imaginando qual é o seu papel na natureza, posto que pela manhã, o que presenciamos é apenas um botão fechado que nos parece, nunca se abriu. Resta também um resquício de perfume que ela exalou pela madrugada.
O que lhe valeu tanta beleza, para durar só uma noite?
Talvez, rebuscando nossa memória, encontremos fatos tão intensos e maravilhosos, que talvez, tivessem condensados toda nossa razão de viver.
"" Desci a escada com o meu primeiro vestido de baile.
Muito menina ainda consegui que minha mãe o fizesse, a fim de ir a um baile que eu desejava muito. O certo seria que o primeiro baile fosse o da minha formatura. Mas que culpa tinha eu se este baile surgiu, e talvez morresse se não fosse?
Os cabelos macios estavam presos em um rabo de cavalo. Pintura no rosto? Só um leve batonzinho. Quem precisa de pintura com 14 anos de idade? Sentia firme o cinto largo na pequena cintura todo bordado com vidrilhos e lantejoulas transparentes. O tule da enorme saia franzida parecia flutuar conforme eu ia descendo pé ante pé os degraus da escada. Eu já havia me visto no espelho. Vi-me novamente pelos olhos deslumbrados do meu par que me aguardava com seu smoking impecável. O resto da noite foi um sonho. Não tirei um instante o sorriso de meus lábios. Eles sorriam sozinhos. E, em meio á musica, aos passos de dança, ao calor suave da presença do bem amado, passou-se a noite. Ficaram fotos, ficaram lembranças, não sei o que aconteceu com o lindíssimo (para mim), vestido. Realmente eu fui a "Dama do baile".
Coisas fantásticas se sucederam até agora na minha vida.
Porém, talvez a mais fantástica tenha sido esta experiência vivida com tanta intensidade de descer a escada com o vestido de baile, me sentindo a mais bela das criaturas.""

sexta-feira, 5 de março de 2010

Vivências- Pisei na merda.

Outro dia, pisei. A última vez que isto aconteceu eu estava viajando de carro, e fiquei enfurecida. Tinha que retornar, e não podia sujar o carro. Peguei aqueles papéis que levamos em viagem e fui limpando o sapato e jogando no chão os papéis sujos. (eu nunca jogo nada na rua).Desta vez eu tinha a sensação de que estava pisando em algo macio. Mas, o que de macio pode ter na calçada a não ser merda? Quando constatei o sinistro a primeira coisa que me veio á cabeça, foi limpar um pouco a sandália para não chegar a casa daquele jeito. Providencialmente haviam umas poças de água e eu fui raspando a sandália e naturalmente, aquele cheiro de merda que eu ainda não tinha sentido, subiu nas minhas narinas. Creio que o animal, supostamente um cachorro, não estava bem da barriga. A merda era bem mole.
Estes fabricantes de rações e similares deveriam solicitar que se inventassem materiais que permitissem aos cães defecar tranquilamente em suas residências antes do passeio matinal. Sei que existe alguma coisa, mas como tenho visto tanta gente pela manhã, carregando seu saquinho de plástico junto com seu cachorrinho, creio que não deve haver nada muito prático. Aliás, os cachorros não são como os gatos. Os felinos nascem sabendo que tem de dar um jeito nas suas merdas e nos seus xixís, e tão logo você lhe apresenta uma caixinha com areia, ou estes floquinhos que se compram, eles vão felizes fazer suas necessidades fisiológicas. Os cães, coitados, ficam aguardando às vezes horas, até alguém se lembrar de levá-los para defecar. No que saem, seus movimentos peristálticos são ativados e eles saem puxados pelos seus donos já se acocorando. Realmente é uma visão maravilhosa! Se tudo vai bem, ok, mas se a coisa tá difícil, o coitado vai andando meio acocorado, tentando seguir seu dono, e defecando bolinhas pelas calçadas.
Acho que é por isto que prefiro os gatos. Eles não estão nas nossas pernas o tempo todo. Eles têm vida própria. Se quiserem carinho, se enroscam na gente, ronronam um pouco, e partem novamente para seu descanso pensando: Hoje já fiz muito!
Quando agente quer brincar na hora que ele não está com vontade, ele simplesmente se vira e faz aquela cara de: "Ham ham, vá encher outro, tá sabendo?"
Come quando tem fome e com elegância, não como os outros que vão devorando o que se dá, provavelmente nem sentindo o sabor de coisa nenhuma.
Pisar em merda de cachorro na rua não é fácil!
Percebe-se a inconveniência, quando se vê a marca do pé na merda, e marcas posteriores como se a pessoa quisesse limpar o pé. Eu geralmente acho graça quando vejo estas marcas no chão. Sei que existem pessoas que estragam o dia com um desastre destes. Mas deve se pensar que seria bem pior se estivéssemos descalços. A merda penetraria em nossos dedos e provavelmente só um banho resolveria, sem contar pelo trauma. Provavelmente ficaríamos um bom tempo sem olhar para os nossos pés!

(se teve muito nojo, desconsidere este texto que posteriormente será acompanhado de uma artística foto de merda de cachorro!). Passe bem!